Friday, July 27, 2007

GRAMADO (RS) - 3º dia

Faltavam quinze minutos para as oito horas da manhã quando o guia-motorista Carlos da HS Turismo chegou para nos buscar no Gramado Hostel. Faríamos naquela terça-feira o famoso Tour Uva e Vinho.

Dica: Recomenda-se fechar esse passeio com agência de turismo mesmo (esse foi o único que fechamos com agência durante toda a viagem). Ele inclui visitas a vinícolas, degustações, almoço e até o passeio no trem Maria Fumaça, passando por Carlos Barbosa, Garibaldi e Bento Gonçalves. Por serem cidades mais distantes de Gramado, fica complicado realizar um bom passeio dependendo de ônibus. Com carro alugado, não sei como fica o acesso às vinícolas para visitação. Total para duas pessoas, com ingressos da Maria Fumaça inclusos, pela HS Turismo – R$ 224,00 (o pagamento total poderia ser feito no dia do passeio, sem necessidade de depósito antecipado).

Eu e meu marido encontramos o Carlos na recepção do Hostel.

- Thaís?

- Não, Alexandra e Thiago – respondi a ele.

Quando observei a lista impressa que ele tinha com os nomes, vi que haviam trocado o meu para Alexandre e o do Thiago por Thaís! Poxa, fiz a reserva por e-mail, era só copiar e colar os nomes! (risos)

Tudo bem, partimos normalmente para nosso dia cheio de atividades. Em pouco tempo, a turma já estava completa dentro da Sprinter e seguimos em direção a Nova Petrópolis. Meu marido e eu havíamos desistido de ir a Nova Petrópolis, porque iríamos apenas para ver o Labirinto Verde e achávamos que não valia a pena gastar com ônibus só para isso. Felizmente, houve tempo de incluir o Labirinto Verde no Tour Uva e Vinho da HS e “matamos dois coelhos com uma cajadada só”. A Praça das Flores, onde fica o Labirinto, é realmente muito bonita e o Labirinto em si é bem divertido. Demoramos para achar o caminho até o centro, mas depois de encontrarmos, foi um pouco mais rápido para achar a saída.

Houve atraso de uns dez minutos para sairmos de Nova Petrópolis graças a um casal que resolvera comprar malhas em vez de apenas ir ao labirinto e voltar ao carro. Inconveniente básico de passear com agência. O casal, principalmente o homem, atrapalharia mais durante o dia, fazendo perguntas inúteis o tempo todo, interrompendo todos os guias que falaram com a gente. O jeito era nos fazermos de surdos.

Voltando ao que interessa, Nova Petrópolis pareceu-nos uma cidade bastante simpática e pretendemos voltar a visitá-la numa próxima oportunidade. De lá, seguimos até Carlos Barbosa para degustação de queijos e vinhos na Fetina de Formaio. O senhor que nos serviu era bastante animado e, em alto e bom som, explicava com conhecimento e gosto sobre cada queijo e salame que cortava para todos experimentarem (descobri que tem até vídeo no youtube com esse cara servindo os queijos, risos). Recomendo o salame de javali, leve e mais saudável, e os queijos já feitos com orégano e pimenta, o provolone e o sansoe. Degustei os licores de menta e laranja, mas eram bastante fortes para mim. Muitos da nossa turma da HS reclamaram da quantidade de vinho para degustação - ô povinho que acha que só porque é de graça é bom pra encher a cara! Nem preciso dizer que eles nem avaliaram o sabor, apenas queriam mais, né?

Dica: Leve o queijo e o salame que você apreciar na degustação! Vale a pena! E eles embalam para viagem. Mesmo que não faça o Tour Uva e Vinho, no entanto resolva passar por Carlos Barbosa, a Fetina de Formaio é uma ótima parada.

Depois dos queijos e vinhos, atravessamos a rua e fomos ao varejo da Tramontina. Ficamos um tanto frustrados em só poder passar pelo varejo, pois o passeio pedia, no mínimo, que visitássemos um parte da fábrica, responsável por 90% dos empregos diretos e indiretos de Carlos Barbosa. Nitidamente o objetivo da agência e da Tramontina era que apenas comprássemos lá.

Nossa próxima parada foi em Garibaldi, no museu da Georges Aubert. Lá é possível observar as diversas uvas utilizadas nos diversos tipos de vinho e espumantes, algumas máquinas antigas de engarrafamento, além de um grande barril de carvalho todo pintado com giz de cera por dentro (é possível ver uma parte da pintura no meu fotolog). Infelizmente, a prioridade mais uma vez era vender e tivemos apenas uns dez minutos para ver o museu. Levou-se muito mais tempo na degustação e conseqüente compras na lojinha logo ao lado. Mas tudo bem.

A guia da Georges Aubert abriu a garrafa de espumante com o sabre, seguindo a tradição francesa, e fez a alegria dos que queriam encher a cara deixando as taças mais cheias do que na degustação da Fetina de Formaio. Depois ainda houve degustação de vinhos e licores que, pelos cachaceiros de plantão, poderiam ser servidos todos na mesma taça – ainda bem que a guia não deixou.

Almoçamos no Ristorante Del Filippi num trecho da estrada considerado já pertencente ao município de Bento Gonçalves. Comida farta e muito boa, apenas a bebida não estava inclusa no pagamento do Tour – claro que o pessoal da turma HS reclamou e ainda queria levar os poucos vinhos que compraram na Georges Aubert pra dentro do restaurante! Sem noção, porque lá dentro o restaurante tinha seu próprio vinho, inclusive a venda para levar para casa. Não comi o sagu de sobremesa, porém ouvi muitos elogiarem como um dos melhores que comeram na região das serras gaúchas.

Passamos no início da tarde pelo Vale dos Vinhedos e visitamos a vinícola da Miolo. Finalmente um tour prolongado, com boa explicação sobre como são feitos e armazenados os vinhos. Toda a Miolo é muito bonita e interessante e vale a pena a visita.

Em frente à Miolo estão construindo um Spa do vinho. O guia da vinícola nos explicou que a obra deveria ter sido entregue em 2005, contudo descobriram algumas rachaduras na estrutura e trocaram a construtora. O novo prazo era julho de 2007, todavia as banheiras, importadas da Europa, vieram de navio e ficaram prezas no porto. O Spa não contará apenas com uma “dieta de vinhos”, mas com produtos de beleza e tratamento feitos com vinho. Na loja da Miolo encontramos shampoos, sabonetes e hidratantes feitos de vinho (levei um para as mãos com um cheirinho muito gostoso).

Na hora da degustação, fomos a uma sala reservada para isso, com mesas já preparadas com diversas taças para os diferentes tipos de vinho. Outro nível – e até por isso, talvez, alguns da van HS não quiseram participar, convenceram-se de que não iam encher a cara mesmo (risos). Essa é uma degustação paga, porém os créditos podem ser utilizados na loja da Miolo depois. Pagamos R$ 5,00 cada para degustar os vinhos bronze. Gostamos do Terranova branco e do espumante, mas não apreciamos os três tintos servidos.

Dica: Para quem realmente aprecia vinhos, também havia as opções de degustação prata por R$ 10,00 cada, e ouro, por R$ 15,00 cada.

Na loja da Miolo, degustamos alguns queijos no espaço promocional da Casa da Ovelha. Todos feitos com leite de ovelha e muito bons! Deu vontade de levar tudo!

Dica: Entre no www.casadaovelha.com.br e descubra onde comprar perto de você. No site, também há dicas sobre o leite de ovelha para quem tem alergia a leite de vaca e de cabra.

Da Miolo voltamos para Carlos Barbosa para embarcar na Maria Fumaça às 16h. Durante o trajeto de pouco mais de uma hora de duração, grupos artísticos se revezaram entre os vagões do trem. Assistimos a divertidas apresentações de um grupo de música regional, outro de música italiana e de um casal comediante. No caminho, o maquinista seguia a ordem de algumas placas e fazia a Maria Fumaça apitar. Entre Carlos Barbosa e Bento Gonçalves, fizemos uma parada na estação de Garibaldi para degustarmos espumantes e suco de uva (da marca Precioso, muito bom). Ficamos com uma pequena taça de plástico a viagem toda, pois na estação de Bento Gonçalves também houve degustação, só que de vinhos.

Um dos serviços muito interessantes da estação de Bento é o da foto à moda antiga. Colocamos uma roupa adequada e tiramos as fotos em sépia ao lado do trem, como se realmente fôssemos e estivéssemos em outro século. Ficaram perfeitas as imagens, inclusive porque a fotógrafa dirigia as cenas que ia fotografar.

Dica: Leve dinheiro para estação de Bento Gonçalves, pois nenhum dos serviços aceita cartões. As fotos à moda antiga são entregues no hotel no dia seguinte (elas entregaram direitinho no Gramado Hostel no dia seguinte à noite). Pagamos R$ 25,00 por uma foto revelada em tamanho 20x25 e o negativo com as quatro fotos tiradas. Para ter as quatro fotos reveladas nesse tamanho, o preço sobe para R$ 50,00.

A viagem de volta de Bento à Gramado foi longa, pois não houve paradas e já estava anoitecendo. Graças a Deus os amigos malas da Sprinter estavam cansados e dormiram o caminho todo (risos).

Deixamos as compras no Hostel e voltamos para o centro de Gramado para jantar. Resolvemos experimentar os pastéis do O Pasteleiro e não nos arrependemos. Além do ambiente alegre, o atendimento foi muito bom e os pastéis estavam deliciosos. Em homenagem ao Festival de Cinema, as paredes da casa mostravam fotos antigas do evento e o cardápio todo tinha relação com o cinema: os pastéis com nomes de filmes (o meu era de mussarela, denominado “Esqueceram de mim”) e os cafés, de diretores. Além disso, havia duas opções de tamanho para os pastéis: Curta e Longa. O curta era do tamanho de um pastel de feira e o longa, duas vezes mais; ambos estavam generosos no recheio.

Aguardem o relato do 4º dia!

Fotos: www.fotolog.com/alexandrab - 1ª foto “Labirinto Verde” (postada em 25/07), 2ª foto “Museu da Georges Aubert” (postada em 27/07), 3ª foto “Vinícola Miolo” (será postada em 30/07), 4ª foto “Maria Fumaça” (será postada em 31/07), 5ª foto “Estação de Bento Gonçalves” (será postada em 01/08).

Friday, July 20, 2007

GRAMADO (RS) - 2º dia

O café da manhã no Gramado Hostel é servido em bandejas individuais, geralmente com um sanduíche e um pedaço de bolo. Um prato com frutas cortadas e alguns potes de bolachas também ficam disponíveis a todos, além do café, leite e chocolate em pó. A aconchegante sala com lareira, onde fazíamos essa refeição sob um clima bastante caseiro, convidava à integração com os demais hóspedes.

Graças à equipe do Gramado Hostel tivemos acesso a um mapa mais eficiente da cidade e descobrimos como ela não era nenhum “bicho de sete cabeças”. Facilmente encontramos a sede da Jardineira das Hortências, agência que faz o Tour Gramado em uma simpática jardineira.

Dica: No Gramado Hostel é possível conseguir um cupom de desconto de R$ 1,00 para a jardineira, abaixando o valor do passeio para R$ 9,00 por pessoa. Parece bastante agradável o tour de jardineira, mas se aproveita menos cada ponto turístico. Vale a pena fazer tudo a pé se o tempo estiver bom.

Como daquele ponto já havíamos localizado a Igreja Matriz São Pedro, desistimos logo das restrições do passeio de jardineira e seguimos a pé até lá. É uma igreja muito bonita, com sua estrutura montada em pedra basáltica, que vale a pena conhecer. Por dentro, lembrou-me as igrejas medievais, como eu as imaginava nas aulas de história do colégio. Deu até vontade de escrever um roteiro para cinema ou televisão, só para utiliza-la como cenário.

Na porta da Igreja, lemos o aviso de que naquela segunda-feira, dia 2, excepcionalmente, haveria missa às 18h30 com um bispo que visitava a cidade. Bem no dia do meu aniversário! Voltaríamos lá no horário.

Ao lado da Igreja, tiramos nossas fotos em frente ao Palácio dos Festivais. Fora da época do Festival de Cinema de Gramado, o palácio tem sessões de cinema às 20h30, aos finais de semana – infelizmente, não pudemos conferir. Do outro lado da Avenida Borges de Medeiros, mais fotos na Praça Major Nicoletti e na charmosa Rua Coberta, na qual paramos para comprar alguns chocolates na loja da Caracol, que é tão gostosa quanto a Prawer, mas um pouco mais em conta nos preços.

Com nosso novo mapa, estávamos totalmente localizados em Gramado. Fomos até a Igreja do Relógio, como é conhecida turisticamente a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, mas esta não fica aberta para visitação durante o dia, então a conhecemos apenas por fora. Seguimos por uma rua com muitos restaurantes, a maioria com o fondue como prato principal, e continuamos por outra menor até o Mini Mundo.

Dica: A entrada para o parque do Mini Mundo custa R$ 10,00 por pessoa. Reserve este valor, porque essa é uma das atrações que se DEVE ir em Gramado! Conheça um pouco no site www.minimundo.com.br.

Criado pela família Hoppner, o Mini Mundo é simplesmente encantador! Há réplicas principalmente de cenários e obras arquitetônicas alemãs, porém a família vem atualizando o parque com miniaturas de construções de outros países, como o Aeroporto de Bariloche, e brasileiras também, como a Igreja de São Francisco de Assis, de Ouro Preto e, em breve, o Museu do Ipiranga, de São Paulo. Cada peça, cada cenário é feito com uma riqueza de detalhes impressionante! Depois do passeio, valeu comer um doce e tomar um chocolate no Café Mini Mundo.

Dica: O generoso pedaço de torta de limão do Café Mini Mundo estava delicioso!

Depois do passeio no Mini Mundo, fomos dar uma volta em torno do Lago Joaquina Rita Bier, com direito a uma paradinha na pequena ilha em seu interior. Dali, caminharíamos um tanto mais até o Lago Negro, no qual são alugados os pedalinhos em forma de cisnes (e há cisnes de verdade por lá também). Essa caminhada apesar de mais longa, não nos fez perder o fôlego e a bela paisagem em torno do Lago Negro é bastante atraente para o passeio de pedalinho.

Dica: O aluguel do cisne para duas pessoas custou R$ 8,00. Não tivemos limite de tempo. Todo mundo relaxa e se diverte ali, então é outro passeio que se DEVE fazer em Gramado!

Depois do Lago Negro, só faltava o Pórtico de entrada (Via Nova Petrópolis), que está sempre florido, segundo nos informaram - realmente estava naquele dia. Do Pórtico, seguimos para a missa na Igreja Matriz. E ela estava ainda mais bonita com o anoitecer!

Apesar de ser uma missa extraordinária em plena segunda-feira, a população não deixou de comparecer; pelo contrário, praticamente lotou a igreja. O bispo chegou muito simpático, cumprimentando a maioria e em breve assistiríamos a uma comunhão bastante especial! Na hora de consagrar a hóstia, as luzes foram apagadas em seqüência, deixando apenas a iluminação colorida do altar acesa. E no final da missa, o bispo convidou os aniversariantes do dia para se aproximarem do altar, para que ele pudesse nos abençoar e todos pudessem cantar “Parabéns” – o convite inicialmente, foi feito a uma das meninas do grupo de jovens, aniversariante, e a um casal que completava 31 anos de casados naquele dia; havia ainda um padre também aniversariante e dos demais que assistiam à missa, apenas eu era aniversariante também. Foi o “Parabéns” mais especial da minha vida, em um dos meus melhores aniversários!

Para completar esse dia incrível, eu e meu marido fomos no Café Colonial Bela Vista, o mais famoso em café colonial de Gramado. Saímos rolando do restaurante! Sem mais! ; )

Dica: Prefiram saborear o café colonial à tarde, porque vem realmente muita comida! Nós entramos no Bela Vista, sentamos e, sem precisar pedir nada, logo os garçons vieram com enormes bandejas descrevendo o que colocavam na mesa e, ao final, já nem lembrávamos o que era o que. Delicioso! Curiosamente a TV estava ligada naquele momento no final do capítulo da novela Sete Pecados e valeu lembrar que ali não havia como escapar do pecado da Gula (risos).

Aguardem o relato do 3º dia, com o famoso Tour Uva e Vinho!

Fotos: www.fotolog.com/alexandrab - 1ª foto “Igreja Matriz São Pedro” externa (postada em 16/07), 2ª foto “Igreja Matriz São Pedro” interna (postada em 17/07), 3ª foto “Palácio dos Festivais” (postada em 18/07), 4ª foto “Mini Mundo” (postada em 19/07), 5ª foto "Lago Negro" (postada em 20/07)

Wednesday, July 11, 2007

GRAMADO (RS) – 1º dia

Esse é o relato de uma viagem feita por dois mochileiros, eu e meu marido. Identificar-se-á aquele que não gosta das limitações das viagens fechadas através de agências de turismo. ; )

Aeroporto em Guarulhos (SP), 2h30, madrugada de sexta, dia 30 de junho, para sábado, dia 01 de julho. A fila para check-in ultrapassava o espaço delimitado pelas cordas da TAM. Nosso vôo estava marcado para as 4h30, então tínhamos tempo. Ainda bem que ficamos na fila, mesmo assim, porque conseguimos realizar o check-in pertíssimo da hora de passar para o portão de embarque.

Os tíquetes informavam para aguardar no portão 6, mas as telas espalhadas pelos corredores indicavam o portão 13 – bastante distante do 6, por sinal, e freqüentemente utilizado para vôos internacionais - para embarque no vôo 3866. Felizmente, ao contrário do ping-pong no dia do vôo para Salvador em outubro (ver relatos sobre a viagem para Morro de São Paulo, neste blog), dessa vez encontramos um funcionário da TAM para nos dar satisfações sobre aquilo. Acho que o nome em seu crachá era “Santos” e muito educadamente ele me explicou que o embarque realmente deveria ocorrer no portão 6, contudo como a aeronave ainda não havia pousado no Aeroporto, a Infraero mudava a indicação nas telas. Caso nenhuma outra aeronave precisasse pousar ali no 6, o embarque seria ali mesmo e por isso deveríamos aguardar ali. Nosso vôo estava atrasado e previsto para as 5h30.

O avião estacionou no portão 6 as 5h30, e a decolagem foi autorizada as 6h. Uma hora e meia de atraso foi muito bom, perto do transtorno de um casal que conhecemos, que ia para Porto Alegre no vôo das 19h do dia anterior e fora transferido para nosso vôo. Achei os funcionários da TAM mais preparados dessa vez também, pelo menos foram adequados com as informações sobre esse vôo.

Em menos de duas horas estávamos aterrissando no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Uma van gratuita levou-nos até a rampa de acesso à estação de metrô (que para nós paulistanos parece mais com as estações de trem da CPTM). Como era domingo, o trem vinha com alguns bancos vazios nos vagões, e seguimos com tranqüilidade até a estação Rodoviária. De lá, fomos de ônibus até Gramado, em mais de duas horas de estrada.

Dicas: Quem optar por esse trajeto até Gramado, a passagem de metrô estava R$ 1,50 e deve-se pegar, na estação Aeroporto, o trem sentido Mercado. A estação Rodoviária é a terceira depois da Aeroporto, nesse sentido. Na Rodoviária, comprar passagens para Gramado. A empresa que costuma fazer esse trajeto é a Citral e é possível conferir horários no site www.citral.tur.br ou horários e tarifas no site da Rodoviária www.rodoviaria-poa.com.br. É possível comprar na hora mesmo. Segundo informações da própria Citral, se a procura aumenta, eles colocam mais carros a disposição. Mas há também a possibilidade de comprar com antecedência pela internet, no site da Rodoviária de Porto Alegre. Em ônibus executivo, a passagem custou R$ 22,75 cada. Outras alternativas para se chegar de Porto Alegre a Gramado: aluguel de carros, sobre o qual muitos reclamam da burocracia das locadoras e das taxas de seguro; traslado POA-Gramado, direto do aeroporto, fechados com agências de turismo (é possível fechar apenas o traslado, sem fechar pacotes de passeios e hospedagem, mas encontramos valores superiores a alternativa pela qual optamos).

Ao passarmos pelo Pórtico de entrada (Via Taquara), em Gramado, achei que logo estaria no centro movimentado da cidade. Assustei-me um pouco com a estradinha semi-deserta antes de chegar à Rodoviária de Gramado. Descemos na parte de trás da Rodoviária e estávamos com um mapa mal impresso, encontrado na Internet. Parecia que tudo seria muito mais distante que o previsto.

A Rodoviária de Gramado foi o que observamos primeiro na cidade e ela já refletia o charme que encontraríamos em todas as construções locais nos dias seguintes. Nem parecia uma rodoviária! Um pouco deslocados, com mais de 30 horas sem dormir (uma desvantagem de viajar de madrugada depois de um dia atarefado), acabamos encontrando a avenida certa (a famosa Av. das Hortências) para seguirmos em direção ao local da hospedagem.

Para chegarmos ao Gramado Hostel (unidade de Gramado da Hostelling International, dos famosos albergues internacionais para os mochileiros de plantão, hospedagem mais barata e bem confortável), resolvemos ir a pé, em uma caminhada de vinte minutos. Pudemos curtir a avenida pelo caminho, o que logo nos despertou do sono e do cansaço. Deixamos as malas no Hostel e seguimos novamente em direção ao centro.

Dicas: Outras opções para ir da Rodoviária ao Hostel - táxi (mais ou menos R$ 12,00) e ônibus (o circular Gramado/Saiqui, com passagens a R$ 1,55 por pessoa).

Nessa caminhada, fizemos uma parada no Belvedere Vale do Quilombo. A vista dali é realmente belíssima e ainda tivemos a sorte de contar com a iluminação favorável do sol sobre a paisagem verde. Apesar da fome e do frio de cerca de oito graus centígrados, o cenário tinha poder para nos manter ali por muito tempo.

Conscientes de que pararíamos ali muitas vezes ainda durante a estada na cidade, seguimos em busca de um restaurante. Porém, como sabíamos que em nosso caminho havia outro cartão postal - a Rótula das Bandeiras junto à estátua do Kikito (símbolo e prêmio do Festival de Cinema de Gramado) – paramos para mais algumas fotos e escolhemos um restaurante logo ao lado, chamado Ristorante dei Tallini. Apesar de bastante movimentado, o serviço não deixou a desejar, pelo contrário. Dentro do prazo que a massa exige para ficar pronta, recebemos na mesa pratos fartos de lasanha e de espaguete acompanhados com frango grelhado e salada. Seria uma constante para mim na viagem acompanhar as refeições com suco de uva natural, bastante comum na região da serra gaúcha devido a quantidade de vinículas. Quanto a preço, achamos que pagamos um preço bastante justo no Ristorante dei Tallini – a generosa lasanha com grelhado e salada custava R$ 13,00, um valor com o qual nem sempre se almoça tão bem na região na qual trabalho em São Paulo. Para sobremesa, havia uma loja de chocolates Prawer, umas das mais famosas em Gramado, do outro lado da avenida.

Dicas: Não muito longe dali, passamos no mercado Nacional para comprar água. Ele é bastante atrativo pela beleza da construção na qual está instalado e pelo cantinho com poltronas logo na entrada, um convite irresistível para um descanso para muitos turistas. Além dele, há um outro, do qual não me recordo o nome agora, grande também e facilmente localizável pela Av. Borges de Medeiros, que só descobriríamos no dia seguinte.

Pouco localizados com o nosso mapa de Internet, resolvemos não explorar muito mais a cidade nesse primeiro dia. Voltamos calmamente ao Hostel, curtindo mais esses poucos pontos turísticos descobertos. À noite, fomos comer um lanche bem próximo ao Hostel, no Ponto Chopperia. Mais uma vez, notamos a fartura dos pratos: o xis-calabresa (escrito dessa forma no cardápio) veio do tamanho do prato grande e a porção de risoles de presunto e queijo, generosos no recheio, tinha bem mais do que quinze unidades, como escrito no cardápio.

Dicas: Peçam os lanches por R$ 6,00 da Ponto Chopperia, porque realmente valem a pena pelo tamanho e pelo sabor. Peçam também a porção generosa de risoles por R$ 7,00, ainda mais se vocês forem de São Paulo, onde uma porção com meia dúzia de "provolones" custa em média R$ 12,00! ; )

Não sei quantos graus os termômetros marcavam, porém fazia bastante frio na hora de dormir. Ainda bem que o Gramado Hostel oferecia lençóis térmicos e suficiente quantidade de edredons e cobertores. Adormecemos contentes de termos escolhido uma cidade linda, e muito limpa e civilizada, para passar essa semana de descanso!

Aguardem o relato do 2º dia, quando partimos para a exploração de fato do potencial turístico de Gramado!

Fotos: www.fotolog.com/alexandrab - 1ª foto “Belvedere Vale do Quilombo” (postada em 10/07), 2ª foto “Kikito e Rótula das Bandeiras” (postada em 11/07).