Friday, October 27, 2006

Morro de São Paulo (BA) – 1º dia

Aviso: Aproveitarei esse espaço para contar sobre a minha viagem com meu marido a Morro de São Paulo, na Bahia, em outubro de 2006. Registrarei aqui as minhas impressões sobre as praias, os passeios, os serviços oferecidos, entre outras coisas. Quem tiver oportunidade, vale a pena conhecer esse paraíso! Boa leitura!

Aeroporto de Cumbica, Guarulhos, três horas da madrugada de domingo para segunda-feira. Os cartões de embarque da TAM informavam que deveríamos aguardar no Portão 3. Diversas pessoas cochilavam nos bancos, outras se impacientavam com a previsão de atraso do vôo das três e meia para Salvador. Duas senhoras passaram pelo corredor falando alto, revelando a descoberta de que deveríamos aguardar no Portão 5 o embarque, e não mais no Portão 3.

Mesmo quem estava dormindo levantou-se depressa. Em poucos segundos, lotou-se a sala de espera do Portão 5. Também lá foi difícil encontrar algum funcionário da TAM para confirmar de onde sairia o avião rumo a Salvador. Perto das quatro horas da manhã, outra senhora se aproximou de um funcionário da TAM e confirmou com ele a volta do embarque para o Portão 3. E foi ela quem avisou em voz alta a todos a nova mudança, e não o funcionário perdido da TAM.

No Portão 3, decidimos formar uma fila, em vez de sentarmos novamente. A senhora que descobriu a volta àquela sala vinha com um grupo de senhoras e senhores da terceira idade, passando na frente de todos, para dar prioridade aos idosos. Nem todos os passageiros em fila gostaram da idéia. Mais de quatro horas da manhã, com um atraso de cerca de cinqüenta minutos e sem qualquer explicação por parte dos funcionários da companhia aérea, o vôo da TAM para Salvador deixou o Aeroporto de Cumbica. Ao menos no avião os funcionários da TAM foram atenciosos. Telas espalhadas pela aeronave mostravam o tempo todo nossa localização e em menos de duas horas descemos no Aeroporto de Salvador.

A primeira impressão foi ruim. Na área de desembarque, já era possível sentir o cheiro de urina no ar. Vinha dos banheiros do Aeroporto. Do lado de fora, quando perguntamos ao taxista quanto ficaria a corrida até o Terminal Marítimo, ele jogou alto: R$ 75,00. Fechamos por R$ 65,00 (e dias mais tarde, na volta, descobriríamos que com o taxímetro rodando o mesmo trajeto ficaria em R$ 52,00). Ele ganhou dinheiro com a nossa ignorância e ainda dirigia muito mal.

Aliás, vimos muitas barbeiragens pelo caminho. Os pontos de ônibus, às sete horas da manhã, em uma segunda-feira, estavam abarrotados, como devem ser na maioria das capitais do Brasil. Nosso trajeto não passava por nenhuma praia, então não tivemos oportunidade de conhece-las. Mas conhecemos três cartões postais da cidade, que ficam próximos ao Terminal Marítimo: o Mercado Modelo, o Elevador Lacerda e a Fonte da Rampa do Mercado (Monumento de Mário Cravo).

O colorido forte e bonito dos cartões postais que tenho em casa (presente de amigos que já estiveram em Salvador) encobre a má conservação dos monumentos e a vizinhança decadente. Aquela segunda-feira também contava com um tempo encoberto e a falta de sol sempre deixa, aos meus olhos, as paisagens menos belas. Foi uma decepção com odor de urina, que vinha forte do Terminal Marítimo. Espero um dia ainda poder conhecer outros cartões postais de Salvador pessoalmente para tirar essa primeira má impressão da cidade.

Voltando à chegada ao quarteirão do Terminal Marítimo e do Mercado Modelo, mal o táxi parou e dois rapazes já vieram em nossa direção perguntando se tínhamos passagens de catamarãs para Morro de São Paulo – para chegar em Morro via mar é necessário pegar uma catamarã ou uma lancha em Salvador ou em Valença. Ficamos atordoados com a abordagem agressiva dos rapazes e quando vimos, já estávamos no caixa confirmando que eu havia comprado tudo em São Paulo, com antecedência. A senhora calma e simpática que nos atendeu não sabia nem qual era a cor do papel da passagem de ida e qual o da passagem de volta para ela preencher.

Na catamarã Biotur, não tivemos problemas. Todos os passageiros embarcaram com tranqüilidade. O mar não estava agitado, então ninguém sofreu com enjôos e foi possível até cochilar um pouco. Em menos de duas horas avistamos o Terminal de Morro de São Paulo.

Um festival de câmeras digitais não parava de registrar a chegada à bela Ilha de Tinharé, onde fica Morro. Porém, depois do desembarque, infelizmente, os turistas mal conseguem fotografar o Portoló do Morro, na entrada, pois diversos rapazes nos abordam para nos encaminhar as pousadas, carregando as bagagens em carrinhos de mão, daqueles usados em obras (alguns pintados com a palavra “Táxi”), cobrando em média R$ 7,00 por mala. E acredite, você vai precisar deles, porque é difícil carregar tudo nas ladeiras íngremes, ruas de areia e escadas de pedra que tem por lá.

Para chegar a nossa pousada, passamos pela Vila, onde está mais concentrado o comércio. Suas ruas estreitas e cobertas de areia, com lojas, restaurantes e algumas pousadas, são muito charmosas. Depois passamos por cima da Primeira Praia, que é a menor de todas e a menos freqüentada. Lá foram construídas as primeiras casas de veranistas da região, e hoje boa parte já foi transformada em pousadas. E, então, chegamos a Segunda Praia, a mais badalada da região e onde fica a Pousada Brisa do Caitá, na qual nos hospedamos.

Com tanta beleza a nossa volta, foi impossível dormir, mesmo depois de mais de vinte e quatro horas sem descanso. As tardes lá eram de maré alta, mas ainda assim as águas estavam calmas na Segunda Praia e eram um ótimo convite para um mergulho. Depois de tirar algumas fotos na Ilha da Saudade – entre a Segunda e a Terceira Praia -, paramos em um dos quiosques da Segunda Praia, chamado Pastel & Cia. É curioso ver que os quiosques vizinhos a ele também vendem pastéis e mais curioso ainda ver que todos vendem o mesmo pastel grande, com a mesma massa e recheio. Tem ainda um senhor que leva alguns pastéis em um cesto para vender ao longo da praia. À noite optamos por outro quiosque vizinho, no qual o destaque era o hambúrguer. O nome do quiosque era Barraca do Luau e o cheeseburger de R$ 3,00 vinha com três fatias de pão de hambúrguer, alface, tomate, além do hambúrguer e do queijo. Valeu a pena! E descobrimos que eles vendem açaí, mas não fazem, buscam de outro quiosque que vende apenas açaí. Uma concorrência parceira.

À noite, na Segunda Praia, também rola um pequeno luau na areia. Barracas de frutas com vendedores oferecendo caipirinhas e batidas ficam espalhadas por toda extensão da praia. E não importa se você passa duas, três, quatro vezes seguidas em menos de dez minutos na frente da barraca que eles te oferecerão bebidas como se nunca tivessem te visto antes. Destaque para os restaurantes da Segunda Praia, que formam um belo cenário com mesas externas a luz de velas.

Naquela noite ainda, por acaso, passamos no Funny Beach (uma espécie de praça com caixas eletrônicos e lojinhas) e entramos em uma pequena agência de turismo. O agente, Lucas, nos convenceu a fechar dois passeios para os dois próximos dias. Com muito conhecimento e muita sinceridade, ele nos apresentou os passeios através do mapa, nos indicou qual passeio era mais adequado para dia de sol ou dia nublado e deixou em aberto qual dos dois faríamos primeiro. O tempo da terça-feira iria nos dizer.