Wednesday, August 15, 2007

ARE YOU READY TO ROCK?

Observação: Vou fazer uma pausa nos resumos da viagem à Gramado para comentar sobre o show do Scorpions ontem, dia 14 de agosto de 2007, no Credicard Hall, em São Paulo.

Toda vez que vem ao Brasil uma banda de rock formada nas décadas de 1960, 70, a primeira coisa que ouço é: “será que os velhinhos dão conta?”.

Velhinhos? Pois o que vi no palco ontem foi um pique muito maior do que o de muitos jovens por aí! O mesmo pique impressionante que presenciei no show da banda no dia 12 de outubro de 2005, durante o Live 'N' Louder Rock Festival, no estádio do Canindé, também em São Paulo. Naquele ano eles estavam na turnê do CD Unbreakable (2004); esse ano foi a vez do Humanity Hour I (2007).

Outro comentário óbvio que costumam fazer ao ouvir o nome “Scorpions”: “qual música eles tocam? Ah, tem aquela Still loving you, né?”, como se essa fosse a única música da banda! Santa ignorância!

Claro que eles tocaram Still loving you ontem à noite. Mas Scorpions é muito mais do que isso! E bem longe de ser uma banda de baladinhas apenas. Mais ou menos 90% do show em São Paulo foi de puro hard rock, levando os fãs que lotaram a casa (os ingressos de cadeira e camarote acabaram nas primeiras semanas de venda e, nas últimas semanas, só os ingressos de inteira para pista ainda eram vendidos) ao delírio. Aliás, foi um dos melhores públicos de show que vi atualmente. Tranqüilidade e educação predominaram na platéia e uma emoção coletiva muito alto-astral!

Não é por acaso que o Scorpions atravessa décadas e continua vivo com uma legião de fãs de todas as idades! Klaus Meine, Matthias Jabs, Rudolph Schenker, James Kottak, Pawel Maciwoda garantem a qualidade do som do início ao fim da apresentação (que durou quase duas horas) e são extremamente carismáticos, com suas performances e contato com o público. Klaus abriu a noite com um perfeito “Boa noite, São Paulo” e depois com um não tão perfeito “Tudo bem?”, que saiu meio “tchudo bém?”, para diversão dos brasileiros. Durante a apresentação, até “galera” ele tentou dizer, mas o sotaque alemão não permitiu uma grande pronuncia e divertiu novamente o público. Em inglês, cantou ainda uma letra improvisada com o ritmo de “Aquarela do Brasil” e elogiou diversas vezes a beleza do ambiente da casa e do público. E por mais que os céticos achem sempre que as bandas falam isso para todos, havia uma sinceridade e espontaneidade no olhar de Klaus ao fazer esses comentários que não encontrei em nenhum outro artista.

O baixista Pawel Maciwoda também teve seu momento antes do já famoso solo de bateria de James Kottak. Seu pequeno solo de baixo teve direito a Enter Sandman do Metallica e foi muito aplaudido. Kottak, como sempre, levou a público às divertidas brincadeiras e aos berros.

Originalmente marcado para as 21h30, o show começou um pouquinho depois das 22h, porém o atraso era completamente justificável pelo trânsito que estava do lado de fora. Os canteiros da Marginal já estavam lotados às 21h e a fila de carros que ainda tentava estacionar no Credicard Hall foi devidamente encaminhada para outro estacionamento na rua de trás, que também já estava quase lotado.

O repertório intercalou músicas do novo CD, Humanity Hour I, do antecessor Unbreakable e as mais antigas. O bis teve quatro músicas, incluindo aí a famosa Still loving you, a Wind of Change (sempre emocionante), Rock You Like A Hurricane e When The Smoke is Goin’ Down. Os destaques no set foram as músicas novas, que funcionam muito bem, principalmente 3 2 1 e The game of life. Além também das clássicas, como Holiday (minha preferida), The Zoo, Tease Me, Please Me, Blackout, Big City Nights, com guitarras ainda mais pesadas do que em qualquer outra gravação ou apresentação. A produção de palco não era exuberante (e precisava ser?). Ao fundo, apenas a capa do último álbum.

Resumindo, uma noite maravilhosa de rock e satisfação! Esperamos que, novamente, o Scorpions não demore a retornar ao Brasil!

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