Violência urbana
Durante a semana, Pedro vai ao apartamento da namorada, na zona sul de São Paulo, às terças e quintas. Na sexta-feira, é ela quem vai para a casa do namorado, na zona norte, ficando lá todo o final de semana.
Não é difícil para Pedro conseguir uma vaga na frente do prédio da namorada. Mas, nesta quinta-feira, havia movimento no salão de festas do condomínio e ele teve que deixar o carro estacionado do outro lado da rua, um quarteirão antes da guarita do porteiro.
Já passava das onze horas da noite. Pedro sentia-se cansado e queria chegar logo em casa. Estava abrindo a porta do carro do lado do motorista, quando dois homens, um mais baixo e outro mais alto do que ele, vieram em sua direção.
- Passa a carteira, ô playboy – intimou o mais alto, apontando uma faca grande e bem afiada para a barriga de Pedro, que levantou os braços.
- Calma. Eu vou abaixar esse braço agora, para pegar a carteira no bolso de trás da calça – Pedro respondeu lentamente, acenando com um dos braços erguidos.
Enquanto o assaltante mais alto conferia os valores em dinheiro dentro da carteira, e o mais baixo apontava outra faca em sua direção, Pedro arriscou negociar a liberação dos seus documentos:
- Por favor, pode levar tudo que o senhor quiser. Só deixe meus documentos. Sabe como é, é um trabalhão tirar documentos novos e...
- Cala a boca, mané – interrompeu o assaltante alto, jogando a carteira para Pedro – Só tô interessado na grana, tá sabendo? Foda-se teus documentos!
O homem mais baixo observou o interior do carro de Pedro.
- Mano, olha esse som! Vamo levá, vamo levá!
O assaltante alto aproximava-se do carro quando uma Pick-up apareceu em alta velocidade no início da rua, a três quarteirões dali, fazendo os pneus cantarem no asfalto. Seu motorista parou o veículo de repente ao lado de Pedro e dos assaltantes e desceu com uma arma calibre 38 em punho. Os dois homens guardaram suas facas nas calças e saíram correndo, perseguidos pelos tiros disparados pelo senhor alto e forte, vestido com um terno preto, que descera da Pick-up.
Enquanto era assaltado pelos homens com facas, Pedro não sentiu medo. Mas, naquele momento, sentia o corpo tremer diante do cara armado, e chegou a pensar que seria seqüestrado. E se estivesse em meio a uma guerra entre gangues? Os ladrões com facas teriam invadido o território do fortão? Para tentar manter a calma, lembrou dos programas que assiste de vez em quando, nas tardes de domingo, e esboçou um pequeno sorriso amarelo ao pensar que aquilo poderia ser uma pegadinha televisiva. Onde estariam as câmeras? Tudo é possível atualmente.
O senhor alto e forte caminhou na direção de Pedro. O rapaz não sabia o que fazer.
- Você está bem?
O corpo de Pedro parou de tremer. Sua expressão de dúvida sobre aquela pergunta alertou o homem forte, que guardou o revólver na parte interna do paletó. Quando estendeu sua mão para o rapaz novamente, nela havia um cartão de visitas.
- Meu nome é Ronaldo Cobra, sou membro do Batalhão de Choque da Polícia Militar. – a voz dele era intimidadora – Mas faço bicos como segurança nas horas vagas. – continuou em um tom mais informal.
- Eh... Ah... Desculpa... Senhor... Cobra? Mas como o senhor sabia da presença desses sujeitos aqui?
- Esses dois vêm assaltando muita gente nessa região há um mês. Estou trabalhando como segurança em uma danceteria aqui perto e ouvi algumas pessoas fazendo a descrição da dupla. Achei que hoje eles não me escapariam.
- Ah, sim... Então, o senhor os viu passando, pegou um carro e veio correndo?
- Hum, mais ou menos... – Cobra abriu um sorriso, sem motivo aparente, e cruzou os braços, olhando para Pedro.
- Bom, então, obrigado pela ajuda! Boa noite aí! – disse Pedro rapidamente.
Ele mal apertou a mão de Ronaldo e entrou no carro. Em poucos minutos, estava em uma avenida, a caminho de casa. Ao parar no semáforo, olhou o cartão de Ronaldo Cobra.
- Que história mais estranha! Parece até que tô dormindo! E ainda por cima aquele sorriso esquisito... Será que o louco da Pick-up tava de olho em mim? Sai pra lá!
A luz verde acendeu e Pedro seguiu em frente, ligando para a namorada, pelo celular.
- Amor, acho melhor eu ficar um tempo sem aparecer na sua rua...
Numa esquina próxima dali, um homem forte, de terno preto, dentro de uma Pick-up, observava o carro de Pedro se afastar. No banco de trás da Pick-up, havia mais dois homens.
Não é difícil para Pedro conseguir uma vaga na frente do prédio da namorada. Mas, nesta quinta-feira, havia movimento no salão de festas do condomínio e ele teve que deixar o carro estacionado do outro lado da rua, um quarteirão antes da guarita do porteiro.
Já passava das onze horas da noite. Pedro sentia-se cansado e queria chegar logo em casa. Estava abrindo a porta do carro do lado do motorista, quando dois homens, um mais baixo e outro mais alto do que ele, vieram em sua direção.
- Passa a carteira, ô playboy – intimou o mais alto, apontando uma faca grande e bem afiada para a barriga de Pedro, que levantou os braços.
- Calma. Eu vou abaixar esse braço agora, para pegar a carteira no bolso de trás da calça – Pedro respondeu lentamente, acenando com um dos braços erguidos.
Enquanto o assaltante mais alto conferia os valores em dinheiro dentro da carteira, e o mais baixo apontava outra faca em sua direção, Pedro arriscou negociar a liberação dos seus documentos:
- Por favor, pode levar tudo que o senhor quiser. Só deixe meus documentos. Sabe como é, é um trabalhão tirar documentos novos e...
- Cala a boca, mané – interrompeu o assaltante alto, jogando a carteira para Pedro – Só tô interessado na grana, tá sabendo? Foda-se teus documentos!
O homem mais baixo observou o interior do carro de Pedro.
- Mano, olha esse som! Vamo levá, vamo levá!
O assaltante alto aproximava-se do carro quando uma Pick-up apareceu em alta velocidade no início da rua, a três quarteirões dali, fazendo os pneus cantarem no asfalto. Seu motorista parou o veículo de repente ao lado de Pedro e dos assaltantes e desceu com uma arma calibre 38 em punho. Os dois homens guardaram suas facas nas calças e saíram correndo, perseguidos pelos tiros disparados pelo senhor alto e forte, vestido com um terno preto, que descera da Pick-up.
Enquanto era assaltado pelos homens com facas, Pedro não sentiu medo. Mas, naquele momento, sentia o corpo tremer diante do cara armado, e chegou a pensar que seria seqüestrado. E se estivesse em meio a uma guerra entre gangues? Os ladrões com facas teriam invadido o território do fortão? Para tentar manter a calma, lembrou dos programas que assiste de vez em quando, nas tardes de domingo, e esboçou um pequeno sorriso amarelo ao pensar que aquilo poderia ser uma pegadinha televisiva. Onde estariam as câmeras? Tudo é possível atualmente.
O senhor alto e forte caminhou na direção de Pedro. O rapaz não sabia o que fazer.
- Você está bem?
O corpo de Pedro parou de tremer. Sua expressão de dúvida sobre aquela pergunta alertou o homem forte, que guardou o revólver na parte interna do paletó. Quando estendeu sua mão para o rapaz novamente, nela havia um cartão de visitas.
- Meu nome é Ronaldo Cobra, sou membro do Batalhão de Choque da Polícia Militar. – a voz dele era intimidadora – Mas faço bicos como segurança nas horas vagas. – continuou em um tom mais informal.
- Eh... Ah... Desculpa... Senhor... Cobra? Mas como o senhor sabia da presença desses sujeitos aqui?
- Esses dois vêm assaltando muita gente nessa região há um mês. Estou trabalhando como segurança em uma danceteria aqui perto e ouvi algumas pessoas fazendo a descrição da dupla. Achei que hoje eles não me escapariam.
- Ah, sim... Então, o senhor os viu passando, pegou um carro e veio correndo?
- Hum, mais ou menos... – Cobra abriu um sorriso, sem motivo aparente, e cruzou os braços, olhando para Pedro.
- Bom, então, obrigado pela ajuda! Boa noite aí! – disse Pedro rapidamente.
Ele mal apertou a mão de Ronaldo e entrou no carro. Em poucos minutos, estava em uma avenida, a caminho de casa. Ao parar no semáforo, olhou o cartão de Ronaldo Cobra.
- Que história mais estranha! Parece até que tô dormindo! E ainda por cima aquele sorriso esquisito... Será que o louco da Pick-up tava de olho em mim? Sai pra lá!
A luz verde acendeu e Pedro seguiu em frente, ligando para a namorada, pelo celular.
- Amor, acho melhor eu ficar um tempo sem aparecer na sua rua...
Numa esquina próxima dali, um homem forte, de terno preto, dentro de uma Pick-up, observava o carro de Pedro se afastar. No banco de trás da Pick-up, havia mais dois homens.
3 Comments:
"A MISTURA PERFEITA ENTRE SUSPENSE E CONTOS DE POLICIAIS !!!"
DEVEM SER PUBLICADOS OUTROS NESSE ESTILO!!! YES!!!
Ameii Vou Usar no meu trabalho de escola !!!!
achei muito legal essa coisa de suspense,adrenalina muito legal amei vou usar ele no meu trabalho de português falando sobre a violência urbana
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