Wednesday, November 01, 2006

Morro de São Paulo (BA) – 2º dia

A terça-feira amanheceu nublada, então decidimos fazer a Caminhada Ecológica (R$ 25,00 por pessoa). O Lucas da agência nos apresentou ao William, que atenderia apenas a mim e ao meu marido como guia – provavelmente, apenas em baixa temporada há esse privilégio.

“O melhor turista é o turista brasileiro”, disse William logo no início do passeio. Trabalhando para todas as agencias de Morro de São Paulo, ele já guiou os mais diversos tipos de turista e sente maior dificuldade com os estrangeiros, devido ao idioma. “Turista estrangeiro gasta menos também”, acrescentaria ele mais tarde.

O primeiro monumento histórico que vimos foi a Fonte Grande, um dos maiores sistemas de abastecimento de água da Bahia colonial. Construída em 1746, ela providenciava a água usada pelos moradores para beber, lavar e cozinhar. É bastante interessante!

Depois seguimos a caminhada por dentro da ilha, tendo a oportunidade de ver as casas dos moradores da região (a maioria inacabada). William explicou que o terreno hoje custa em torno de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00 e que há pouquíssimo tempo havia muito mais áreas de mata virgem por onde estávamos caminhando. Na minha opinião, esse crescimento deve ser controlado imediatamente.

“Por esse caminho aqui, vocês sobem uma escada de uns cem degraus para chegar ao Teatro, onde tem apresentação toda quarta-feira à noite”, informou William, apontando o começo de uma escada que continuava por trás de algumas construções. Não tivemos oportunidade de conhecer o Teatro, mas outras pessoas na ilha também nos recomendaram a apresentação às quartas.

Houve uma parada para tomarmos água de côco no bar Ponto do Céu. O pequeno estabelecimento de madeira não tinha movimento e, provavelmente por isso, o côco estava quente (também tinha pouca água). Quando reiniciamos a caminhada, William confessou que às vezes o povo desliga a geladeira, para não gastar muita energia. Pagamos R$ 2,00 por cada côco e William ficou assustado quando dissemos que a média do preço nas praias de São Paulo é de R$ 3,50 por côco – talvez nessa hora ele tenha adiado mais o seu sonho de conhecer a capital paulista, revelado anteriormente.

Continuando a caminhada, encontramos alguns moradores carregando materiais em burros. Segundo William, não há motos, nem bicicletas na vila. Precisávamos desviar de alguns montinhos de fezes dos animais pelo caminho. Depois seguimos por uma trilha de mata fechada até a Fonte do Céu, uma pequena cascata de água gelada no interior da ilha. O banho foi bastante refrescante, pois o mormaço já vinha esquentando o passeio havia mais de meia hora.

A trilha na mata – não recomendada para idosos, pois há um certo grau de dificuldades - continuou até o povoado de Gamboa, uma pequena vila de pescadores ao lado de Morro. Lá pudemos fazer o famoso banho de argila, da cabeça aos pés – algumas pessoas ficaram tão camufladas, que nem sabíamos se eram loiras ou morenas. Depois de um banho de mar para tirar a argila, realmente ficou a sensação de que estávamos com a pele mais lisa e macia.

Antes da parada para o almoço, passamos pelo centro de Gamboa. Uma grande árvore no meio da avenida proporciona a sombra ideal para o jogo de dominó dos idosos da região na parte da tarde. Pudemos conhecer também a Igreja de Nossa Senhora da Penha, pequena e simples, como o povoado.

Depois do almoço, com a maré alta, não pudemos voltar caminhando para a vila de Morro de São Paulo. Esperamos, então, uma embarcação que vinha de Valença e cobrava R$ 2,00 por pessoa o trajeto do terminal de Gamboa ao de Morro. Quando a embarcação chegou, foram descarregadas inúmeras caixas de alimentos, além de objetos e até móveis – a maior dificuldade foi para retirar um sofá de três lugares do barco. “O povo busca quase tudo no continente”, contou William.

Em poucos minutos, descemos tranqüilamente no Terminal de Morro. No final da tarde, ainda encontramos o William na Segunda Praia com sua turma do futebol. Em Morro de São Paulo, todos os moradores e trabalhadores se conhecem; contudo, não necessariamente quem trabalha em Morro mora por ali.

À noite fomos para a Vila ver a Feira de Artesanato, na praça principal. Infelizmente, havia poucos vendedores – muitos estavam espalhados pelas ruas da Vila e no caminho entre a Primeira e a Segunda Praia. Os objetos mais interessantes estavam nas duas mesas de trabalhos feitos com casca de côco.

Depois das compras, fomos jantar no Oh Lá Lá. Recomendo o ótimo crepe de quatro queijos – uma delícia! De sobremesa, o waffle com sorvete e chocolate também é bom.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Querooooooooo crepeeeeeeeeeeeeeee !!
E só pra constar que em Maceió o coco não custava mais de 1 real ! mesmo na praia !! tão baratinho !!! hehehe

6:51 AM  
Anonymous Anonymous said...

manda esse relato pra revista viagem e turismo q eles te contratam na hora.

porrrrrrra..... ta mto bom... super profissional

bom saber q vcs curtiram. :D

Lugar realmente eh lindo!

6:53 AM  
Anonymous Anonymous said...

Dudu, tô esperando o restinho, viu!!
maravilhosa tua forma de escrever, reflete a sensação do desconhecido e prazeroso q há em ser turista!!

concordo com o Fê, relato dignod e revistas especializadas...boas informações, boas perspectivas!!

:hug
Beijo querida!!
e logo logo vc me conta mais histórias ao vivo!! =D

7:16 AM  
Anonymous Anonymous said...

O melhor é que sempre tem queijo nas viagens da Dudu haha... Crepe de Queijo Nhoque de Queijo e por ahe vai! Adorei, consegui comentar ehehe.

11:48 AM  

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